Gemas

Rubi

Uma aura de mistério e fascinação envolve o rubi, a variedade vermelha do mineral coríndon e uma das mais encantadoras gemas. Seu nome deriva do latimruber, em alusão a sua cor, sendo a exuberante tonalidade vermelha levemente purpúrea, denominada sangue de pombo, a mais apreciada.

Sua cor deve-se ao elemento cromo, presente como impureza, ainda que em proporções diminutas; e o rubi se constitui de óxido de alumínio (Al2O3), possuindo dureza muito elevada, inferior apenas à do diamante.

O rubi pode apresentar um fenômeno óptico denominado asterismo ou efeito-estrela, que consiste no aparecimento de 3 raios sedosos e ondulantes, dando lugar a uma estrela de 6 pontas, devido à reflexão total da luz em inclusões do mineral rutilo.

As principais fontes de rubis, tanto atuais como históricas, estão situadas no Oriente e, em particular, em Mianmar, a antiga Birmânia, onde são encontrados os exemplares de melhor qualidade, principalmente nas localidades de Mogok e MongHsu, além do Cambódia e da Tailândia. As gemas procedentes da Índia e da África (Tanzânia, Quênia e Madagascar) destinam-se à produção de cabochões, por geralmente serem menos transparentes.

O rubi adquire cor mais intensa mediante diversos tipos de tratamentos, corriqueiramente realizados nos próprios países de origem, sobretudo na Tailândia, seu principal centro de comercialização. Estes tratamentos provocaram um forte impacto no mercado de rubis, uma vez que praticamente toda pedra bruta pode a eles ser submetida, o que tem ocasionado um excesso de oferta e conseqüente queda de preços.

O rubi é obtido também por síntese, desde 1904, e exemplares desta natureza são vistos com enorme frequência no mercado de gemas sintéticas brasileiro, apesar de não serem produzidos no país. Os rubis sintéticos são produzidos por vários métodos e o principal deles fornece exemplares que se diferenciam dos naturais pela presença de linhas de crescimento curvas e bolhas de gás nos primeiros.

Esmeralda

Mais nobre variedade do mineral berilo, notabiliza-se pela luminosa cor verde-grama, devida aos elementos cromo e vanádio, bem como por sua relativa fragilidade e elevada dureza. Seu nome deriva do sânscritosamârakae deste ao gregosmaragdos.

A esmeralda já era explorada pelos egípcios por volta de dois mil anos antes de Cristo, nas proximidades do Mar Vermelho. Famosas desde a Antiguidade eram também as esmeraldas das minas egípcias de Zabarahque ornavam Cleópatra.

Quimicamente, a esmeralda se constitui de silicato de berílio e alumínio e, em estado bruto, apresenta a forma de um prisma hexagonal.

Em raros casos é inteiramente límpida, apresentando um cenário de inclusões conhecido como jardim das esmeraldas. Procuradas desde a chegada dos portugueses ao Brasil, sobretudo pelas expedições dos bandeirantes ao interior do país nos séculos XVI e XVII, as fontes de esmeraldas de aproveitamento econômico foram encontradas em nosso país somente no século XX.

Os mais belos espécimes de esmeralda do mundo procedem da Colômbia, onde são extraídas de rochas xistosas nas famosas minas de Muzo, Coscuez e Chivor.

Na África, há importantes países produtores, destacando-se principalmente a Zâmbia, 2º produtor mundial, o Zimbabwe e Madagascar.

O Brasil é atualmente o terceiro produtor mundial e as gemas provêm dos Estados de Minas Gerais (Garimpo de Capoeirana, em Nova Era; e Minas deBelmont e Piteiras, em Itabira); Goiás (localidades de Santa Terezinha e Porangaru), Bahia (localidades de Carnaíba e Socotó) e Tocantins.

Historicamente, o tratamento empregado com mais frequência em esmeraldas é o preenchimento de fraturas com óleos ou resinas naturais, com a finalidade de torná-las menos perceptíveis. Atualmente, as resinas artificiais, sobretudo o produto Opticon, têm substituído os tradicionais óleos e resinas naturais.

Esmeraldas obtidas por síntese são comercializadas desde 1956, empregando-se dois diferentes métodos. Elas se diferenciam das esmeraldas naturais principalmente pelas inclusões e/ou estruturas de crescimento.

O termo turquesa, empregado desde a mais remota Antiguidade, tem origem incerta. Uma versão sustenta que deriva do francês arcaico “tourques”, que significa “pedra da Turquia”, não por proceder deste país, mas pelo fato de que as pedras provenientes da Península do Sinai chegavam à Europa através dele. Outra versão dá conta de que o termo referia-se a algo estranho ou distante, como tudo que se associava ao Oriente.

Esta pedra preciosa deve sua beleza à extraordinária cor azul celeste. Há relatos de sua aplicação como pedra ornamental desde aproximadamente 3.000 a.C. e, possivelmente, antes da Primeira Dinastia do Antigo Egito. Era também muito apreciada pelas antigas civilizações astecas do México e da América Central. A principal fonte histórica de turquesa é o Irã, que segue tendo grande relevância no fornecimento mundial.

O certo é que os turcos estavam familiarizados com esta gema, especialmente com exemplares oriundos da antiga Pérsia, o atual Irã.

Em termos de composição química, a turquesa consiste de um fosfato hidratado de alumínio e cobre, cuja exuberante cor deve-se a este último elemento. Geralmente, parte do alumínio é substituída por ferro. À medida que isto ocorre, o material tende a uma tonalidade verde azulada, que geralmente possui menor aceitação comercial.

A turquesa é opaca a semi-translúcida e ocorre principalmente em rochas sedimentares, na forma massiva compacta, no Irã (minas de Nishapur, na Província de Khorassan), México, China, Peru e EUA (sudoeste do país, nos Estados do Arizona, Colorado, Nevada, Novo México e Califórnia).

No Brasil, até onde sabemos, houve ocorrências sem produção significativa no Estado da Bahia, na região de Casa Nova, hoje encoberta pelas águas da barragem de Sobradinho; e em Minas Gerais, na localidade de Conselheiro Mata.

Sua alta porosidade permite a impregnação com ceras, resinas, plásticos ou outras substâncias, com o objetivo de estabilizar a cor e manter o polimento.Vários tipos de turquesa reconstituída são produzidos a partir de turquesa natural de baixa qualidade, muito clara e pouco dura, e dela se diferenciam pelas ausências da típica textura superficial, bem como pela menor densidade e maior porosidade.

A turquesa é mais comumente lapidada em cabochões de diversas formas, além de contas, sendo também utilizada em esculturas e outros objetos de adorno.

As turmalinas, conhecidas sob a designação”Paraíba”, em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas, causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então jamais vistas. A descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência deu-se sete anos antes, no município de São José da Batalha.

Estas turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis-claros, azuis turquesas, azuis “neon”, azuis esverdeados, azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda, devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes, sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.

A singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação mais forte do que os usualmente observados em turmalinas azuis e verdes de outras procedências. Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de pedras preciosas de Tucson, no Estado do Arizona (EUA), iniciou-se a escalada de preços desta gema. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo das mais de duas décadas que se seguiram, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais.

Água-Marinha

Turmalina Panaíba

A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte. Estas minas passaram a produzir turmalinas cupríferas de qualidade média inferior às da Mina da Batalha, mas igualmente denominadas “Paraíba” no mercado internacional, principalmente por serem oferecidas muitas vezes misturadas à produção da Mina da Batalha.

Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico.

Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos, através de análise química por fluorescência de raios-x de energia dispersiva (EDXRF). No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo, em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”.

Até o ano de 2001, o termo “Turmalina da Paraíba” referia-se à designação comercial das turmalinas da espécie elbaíta, de cores azuis, verdes ou violetas, que contivessem pelo menos 0,1% de CuO e proviessem unicamente do Brasil, precisamente dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Tudo começou a mudar quando, naquele ano, uma nova fonte de turmalinas cupríferas foi descoberta na Nigéria, na localidade de Ilorin (mina de Edeko), voltando a ocorrer quatro anos mais tarde, em meados de 2005, desta vez em Moçambique, na região de Alto Ligonha, a aproximadamente 100 km ao sudoeste da capital Nampula.

De modo geral, as elbaítas com cobre destes países africanos não possuem cores tão vívidas quanto às das brasileiras, embora os melhores exemplares da Nigéria e de Moçambique se assemelhem aos brasileiros.

O achado destes depósitos africanos ocasionou acalorados debates no mercado e entre laboratórios, uma vez que as gemas de cores azuis a verdes saturadas procedentes da Nigéria e de Moçambique não podem ser diferenciadas das produzidas no Brasil por meio de exames usuais e tampouco por análises químicas semi-quantitativas obtidas pela técnica denominada EDXRF.

Há alguns anos, felizmente, constatou-se ser possível determinar a origem das turmalinas destes 3 países por meio de dados geoquímicos quantitativos de elementos presentes como traços, obtidos por uma técnica analítica conhecida por LA-ICP-MS.

Em fevereiro de 2006, o Comitê de Harmonização de Procedimentos de Laboratórios, que consiste de representantes dos principais laboratórios gemológicos do mundo, decidiu reconsiderar a nomenclatura de turmalina da “Paraíba”, definindo esta valiosa variedade como uma elbaíta de cores azul-néon, azul-violeta, azul esverdeada, verde azulada ou verde-esmeralda, que contenha cobre e manganês e aspecto similar ao material original proveniente da Paraíba, independentemente de sua origem geográfica.

Esta política é consistente com as normas da CIBJO, que consideram a turmalina da Paraíba uma variedade ou designação comercial, e a definem como dotada de cor azul a verde devida ao cobre, sem qualquer menção ao local de origem.

Por outro lado, como essas turmalinas cupríferas são cotizadas não apenas de acordo com seu aspecto, mas também segundo sua procedência, tem-se estimulado a divulgação, apesar de opcional, de informações sobre sua origem nos documentos emitidos pelos laboratórios de gemologia, caso disponham dos recursos analíticos

A mais rara e valiosa variedade do mineral crisoberilo exibe as cores verde e vermelha, as mesmas da Rússia Imperial, e seu nome é uma homenagem a Alexandre Nicolaivich, que mais tarde se tornaria o czar Alexandre II. De acordo com relatos históricos, a sua descoberta, nos Montes Urais, em 1830, deu-se no dia em que ele atingiu a maioridade.

Como uma das mais cobiçadas gemas, esta cerca-se de algumas lendas, a mais difundida das quais diz que o referido czar teria ordenado a execução de um lapidário, depois que este lhe devolveu uma pedra de diferente cor da que lhe houvera sido confiada para lapidar.

Esta lenda deve-se ao fato de que a alexandrita apresenta um peculiar fenômeno óptico de mudança de cor, exibindo uma coloração verde a verde-azulada (apropriadamente denominada “pavão” pelos garimpeiros brasileiros) sob luz natural ou fluorescente; e vermelha-purpúrea, semelhante a da framboesa, sob luz incandescente. Quanto mais acentuado for este cambio de cor, mais valorizado é o exemplar.

Esta instigante mudança de cor segundo o tipo de iluminação a qual está exposta à pedra, é denominada efeito-alexandrita, e deve-se ao fato de que a transmissão da luz nas regiões do vermelho e verde-azul do espectro visível é praticamente a mesma nesta gema, de modo que qualquer cambio na natureza da luz incidente altera este equilíbrio em favor de uma delas. Assim sendo, a luz diurna ou fluorescente, mais rica em azul, tende a desviar o equilíbrio para a região azul-verde do espectro, de modo que a pedra aparece verde, enquanto a luz incandescente, mais rica em vermelho, faz com que a pedra adote esta cor.

Variedade azul a azul-esverdeada do mineral berilo, seu nome deriva dos termos aqua e marine, significando água do mar, em alusão a sua cor.

A água-marinha é, certamente, a gema mais característica e representativa do Brasil, que deteve a supremacia histórica da produção mundial durante todo o século XX, suprindo o mercado joalheiro e os acervos dos principais museus de mineralogia ao redor do mundo neste período.

Apesar de continuarem havendo ocorrências significativas no Brasil, considerável parte da produção atual é proveniente de países do continente africano.

A água-marinha ocorre tipicamente em pegmatitos, rochas de composição mineralógica semelhante à dos granitos, mas formadas por cristais muito maiores, bem como em depósitos secundários originados do tipo precedente.

Em Minas Gerais, maior produtor do país, existem inúmeras ocorrências de água-marinha que proporcionam belíssimos espécimes de coleção e exemplares lapidados, nos Vales dos Rios Jequitinhonha, Doce e Mucuri, além de Santa Maria do Itabira. No Rio Grande do Norte há uma ocorrência significativa de água-marinha no município de Tenente Ananias.

A água-marinha de cor verde ou verde-azulada, devida ao elemento ferro, passa a azul, que tem maior aceitação comercial, mediante tratamento térmico a temperaturas entre 400 e 450°C, aproximadamente. Este tratamento tem uso difundido e consagrado no mercado internacional de gemas e, por ser estável, não carece de revelação ao público consumidor, segundo as normas técnicas do setor de gemas e joias.

Turquesa

Alexandrita

Analogamente ao crisoberilo, a alexandrita constitui-se de óxido de berílio e alumínio, deve sua cor a traços de cromo, ferro e vanádio e, em raros casos, pode apresentar o soberbo efeito olho-de-gato, que consiste no aparecimento de um feixe de luz ondulante nas gemas lapidadas em estilo cabochão, e que apresentem determinados tipos de inclusões.

Atualmente, os principais países produtores desta fascinante gema são Sri Lanka (Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru), Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e AndhraPradesh).

A alexandrita é conhecida em nosso país pelo menos desde 1932, e acredita-se que o primeiro espécime foi encontrado em uma localidade próxima a Araçuaí, Minas Gerais. Atualmente, as ocorrências brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas Gerais (Antônio Dias/Hematita, Malacacheta/Córrego do Fogo, Santa Maria do Itabira e Esmeralda de Ferros), Bahia (Carnaíba) e Goiás (Porangatu e Uruaçu).

Turmalina

Pedra preciosa com maior diversidade de cores e tons, que podem variar de um exemplar para outro ou estar presentes, simultaneamente, em uma única pedra, matizando-a de uma extremidade à outra ou do centro para a periferia. Isto se deve a sua complexa composição química, que permite a alternância e combinação de diferentes elementos.

Além de gemas lapidadas de beleza singular, fornece formidáveis espécimes de coleção. Seu nome deriva do cingalêsturmali, significando pedras preciosas misturadas.

A turmalina é, em realidade, um grupo de minerais e, quimicamente, trata-se de silicatos de boro e alumínio.

Em estado bruto apresenta forma prismática, com estrias longitudinais. Sua seção transversal apresenta quase invariavelmente uma forma triangular caracteristicamente arredondada.

Existem nomenclaturas de turmalinas que utilizam critérios mineralógicos e de cor, porém as seguintes designações comerciais são as mais utilizadas: rubelita (rosa a vermelha), indicolita ou indigolita (azul), verdelita (verde), schorlita (preta), dravita (marrom) e acroíta (incolor).

Diz-se que para qualquer cor que se deseje uma pedra preciosa, haverá sempre uma turmalina que atenda a este gosto.

O Brasil, notadamente os Estados de Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia e Espírito Santo, bem como diversos países da África, são responsáveis pela maior parte da produção mundial. Em Minas, a denominada Província Pegmatítica Oriental concentra 3 regiões mundialmente famosas como fontes desta cobiçada gema:

a) Araçuaí-Jequitinhonha-Salinas-Virgem da Lapa;

b) Malacacheta-Rio Urupuca-São José da Safira;

c) Conselheiro Pena-Divino das Laranjeiras-Galiléia.

Jade

Jade é um termo genérico utilizado para designar duas espécies minerais, a jadeíta e a nefrita. Geralmente, estes minerais ocorrem na forma opaca, embora eventualmente haja exemplares translúcidos.

Empregado pelos chineses há milhares de anos, o jade tem importância cultural, reputação e apreciação quase inescrutáveis no Oriente. Todo o material utilizado pelos chineses na forma de entalhes até o século XIII trata-se de nefrita, sendo que a jadeíta, oriunda da antiga Birmânia, passou a ter aplicação apenas mais tarde, principalmente a partir do século XVIII.

Na América Central, a jadeíta já era utilizada pela Civilização pré-colombiana Maia e pelos povos Olmecas que habitavam a planície costeira do Golfo do México, uma vez que uma de suas principais fontes, histórica e atual, é a Guatemala.

Embora a cor verde seja a mais característica e valorizada na jadeíta, esta ocorre numa ampla gama de matizes, entre eles branco, lavanda, preto, alaranjado e castanho, geralmente mosqueados. Possui brilho reluzente a oleoso.

A nefrita apresenta uma estrutura fibrosa e possui quase sempre a cor verde-espinafre, embora possa ocorrer também nos matizes branco, preto e amarelado.

A jadeíta de melhor qualidade é comercialmente denominada “imperial”; vai de translúcida a semi-transparente, e possui uma cor verde esmeralda vívida e brilhante. Este material é considerado o padrão de excelência a partir do qual são classificados todos os demais jades, incluindo a nefrita

Topázio

Algumas teorias procuram explicar a origem do termo topázio e a mais plausível é que derive do vocábulo sânscritotapas, significando fogo. Dotado de brilho intenso e grande dureza, sua lapidação resulta em exemplares facetados de rara beleza.

O topázio ocorre nas cores azul clara, incolor, amarela, verde clara, laranja, laranja-róseo(salmão), róseo e vinho arroxeado, as quatro últimas características da variedade imperial.

Descoberto por volta de 1760, o exuberante topázio imperial é a variedade mais valorizada desta espécie mineral e ocorre unicamente na região de Ouro Preto, em diversos depósitos numa área de aproximadamente 150 km2. Acredita-se que esta singular variedade tem origem hidrotermal, relacionada ao último evento vulcânico ocorrido na região.

A designação imperial foi atribuída à gema em homenagem a D. Pedro I que, segundo relatos históricos, teria se encantado com a exuberância dos matizes e tons de alguns exemplares de topázio que lhe foram oferecidos durante uma estada na antiga Vila Rica, em Minas Gerais, de onde foram extraídos.

Em termos de composição química, o topázio é um silicato de alumínio e flúor, incolor em seu estado puro. Acredita-se que as cores do imperial se devam à presença de elementos de transição e de terras raras dispersos na rede cristalina do mineral.

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Existem topázios de cores algo similares ao imperial provenientes de outras fontes no mundo, porém a produção é pequena e descontínua, como em Katlang (Paquistão) e Solwesi (Zâmbia); ou apresenta importância apenas histórica, como a outrora proveniente da Rússia, onde o jazimento encontra-se praticamente esgotadoOutros importantes produtores de topázios são Nigéria, Madagascar, Paquistão, Sri Lanka e Rússia, entre outros.

O topázio imperial pode ser submetido a tratamentos, por meio de técnicas amplamente utilizadas e aceitas no mercado internacional de gemas, visando melhorar o seu aspecto e tornar suas cores ainda mais atraentes, com o consequente aumento do seu valor monetário. O método mais usual é o tratamento térmico, através do qual obtêm-se gemas rosas a partir de exemplares alaranjados ou amarelo amarronzados. Este tratamento é estável e, geralmente, a melhor coloração é obtida após um lento aquecimento até uma temperatura de aproximadamente 450oC.

O topázio incolor adquire cor azul por irradiação, seguida de tratamento térmico; a saturação da cor resultante depende da intensidade da irradiação e não da cor original ou do tempo de exposição. Este tratamento é estável, não deixa qualquer radioatividade e não é nocivo à saúde, porém sua presença deve obrigatoriamente ser revelada ao público consumidor.

Quase sempre se pode intuir se um topázio azul tem cor natural ou induzida empiricamente, observando seu grau de saturação. Isso é possível porque mesmo os melhores topázios de cor azul natural apresentam coloração menos intensa que a da maior parte dos azuis tratados.

Coral

A imensa maioria das gemas possui origem mineral, portanto inorgânica. Uma parcela menor deste vasto universo das gemas, materiais com atributos especiais que permitem sua utilização como adorno pessoal, é formada com a participação de seres vivos. São as denominadas gemas orgânicas, das quais o coral é um dos principais representantes.

O coral é constituído de uma mistura de carbonato de cálcio e matéria orgânica, segregados por organismos marinhos primitivos, os pólipos, para formar armaduras, sobre cujas superfícies eles vivem.

Ocorrem no mar, em recifes e atóis, em águas tranquilas e temperadas (~ 13 a 18°C), a pequenas profundidades (menos de 40 metros), onde os pólipos formam extensas colônias ramificadas, que vão aumentando de tamanho à medida que novos indivíduos nelas se estabelecem.

Em razão dessas restrições, só é encontrado em estreitas faixas que abrangem principalmente o Mar Mediterrâneo (Itália – Nápoles, Sicília, Calábria e Sardenha -, França – Córsega -; Espanha – Catalunha -; Tunísia; Argélia e Marrocos), o Arquipélago Malaio, Japão e Austrália. Historicamente, o maior centro mundial de lapidação de coral é Porto de Torre delGrecco, no Golfo de Nápoles.

As cores do coral variam de rosa claro, comercialmente conhecida como pele-de-anjo, a vermelha escura, denominada sangue-de-boi. As variedades marrom amarelada, designada coral dourado, preta, conhecida como coral negro, azul e branca são bem menos comuns.

O coral é utilizado como gema, em estado bruto ou lapidado (usualmente em cabochão ou em contas), ou mesmo na forma de camafeus, mosaicos e esculturas. Deve ser limpo com detergente neutro a levemente alcalino, pois é sensível aos ácidos e ao calor.

Granada

Grupo de minerais no qual as espécies raramente ocorrem em forma pura na natureza, mas sim misturadas umas às outras.

A cor mais comum das granadas é a vermelha, em vários tons, embora elas possam ocorrer em todas as cores, exceto azul.

As granadas ocorrem como minerais acessórios em rochas conhecidas como pegmatitos e estão amplamente distribuídas em todos os continentes, mas principalmente na África (Namíbia, Nigéria, Madagascar e Tanzânia) e Ásia (Índia, Sri Lanka e Rússia).

No Brasil, as granadas são obtidas principalmente nos Estados de Tocantins, Rio Grande do Norte, Paraíba, Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais (Galileia, São José da Safira e Resplendor).

As granadas não requerem quaisquer tratamentos para melhorar seu aspecto e não possuem equivalentes sintéticos

Pérola

As pérolas estão presentes com destaque em muitas culturas desde os mais remotos tempos da Humanidade, por seu fascínio e características únicas. Muito contribuiu para esta longínqua admiração o fato de que estas gemas são utilizadas em seu estado natural, não necessitando que o homem as aprimore para revelar sua beleza. Por esta razão, são simbolicamente consideradas um presente da Natureza.

A pérola é uma formação natural segregada acidentalmente por um molusco, sem o auxílio ou qualquer intervenção humana. A pérola se forma pela deposição de uma substância denominada nácar em volta de um agente irritante (um grão de areia ou um parasita, por ex.) que penetra no interior do corpo do animal.

Elas ocorrem nas cores branca, creme, negra, cinza, bronze, prateada, rosa, azul, verde e amarela.

As antigas culturas do Oriente Médio, Índia e Pacífico Sul parecem ter sido as que primeiro admiraram e utilizaram as pérolas como adorno, provavelmente devido à proximidade com as principais fontes históricas desta gema, o Golfo Pérsico, o Estreito de Manaar – localizado entre Índia e Sri Lanka – e as Ilhas da Polinésia Francesa.

O Golfo Pérsico e, sobretudo, a costa de Bahrain, foi a principal fonte de pérolas durante mais de 2.200 anos, de aproximadamente300 A.C. até meados do século XX.

O advento das técnicas de cultivo de pérolas ocorreu em um momento crítico de indisponibilidade de pérolas naturais e, com o passar dos anos e seu aprimoramento, a oferta de cultivadas sobrepôs-se largamente à de naturais, alterando para sempre o mercado de pérolas.

As pérolas cultivadas, tal como são conhecidas hoje, entraram no mercado em 1921 pelas mãos dos japoneses, embora já fossem produzidas havia mais de vinte anos. As cultivadas respondem, atualmente, por aproximadamente 95% do comércio mundial de pérolas e procedem principalmente do Japão e da China. A diferença em relação às naturais reside no fato de que nas cultivadas o processo de formação é induzido pelo homem.

As pérolas naturais são, hoje em dia, possivelmente mais raras que em qualquer outro período da história, causando a valorização dos itens de muito boa qualidade, adquiridos praticamente apenas por colecionadores ou especialistas, bem como por cidadãos de culturas que conferem especial valor às pérolas naturais, como é o caso daqueles de diversas nações árabes. As pérolas naturais são bastante raras atualmente, representando uma diminuta parcela do comércio mundial desta gema.

Os principais critérios de avaliação de pérolas são tamanho, forma, cor, brilho, estado da superfície e espessura da camada de nácar.

As perolas são cultivadas em várias partes do mundo, fazendo com que exista uma enorme variedade disponível à joalheria. As mais tradicionais, as “Akoya”, vêm das águas salgadas do Japão e da China, e sua dimensão pode variar de 1 a 9 milímetros.

Dos mares do sul (Austrália, Filipinas, Indonésia), vêm as valiosas “South Sea”, que podem atingir até 20 cm de diâmetro. Essas mesmas pérolas quando de cor negra são denominadas “Tahiti”.

Já as pérolas “Mabe” (ou Barrocas), são cultivadas também na China e no Japão, em ostras específicas, e derivam de formatos já pré-definidos no processo de introdução, podendo ser oval, gota, coração ou esférico.

De menor valor no mercado, as pérolas de água doce (pérolas de arroz), chamadas “Freshwater”, podem apresentar grande variação de formato e cores, enquanto as pérolas “Biwa” (cultivadas no lago de mesmo nome na China), apresentam formato ligeiramente achatado e intensa cor branca.

A ametista, de vívida e exuberante cor roxa, é a mais apreciada variedade da numerosa e diversificada família dos quartzos, que se constituem de óxido de silício (SiO2). Seu nome deriva do gregoamethystos, significando “a que não ilude”, uma vez que os antigos acreditavam que esta gema tinha a propriedade de prevenir a embriaguez.

Outrora considerada uma pedra exclusiva da nobreza e do clero, tornou-se mais popular com o passar do tempo, sendo hoje considerada a mais tradicional pedra preciosa de cor roxa.

A variedade amarela do quartzo é denominada citrino, cujo nome deriva do latim “citrus”, significando limão, em alusão a sua cor. Há, ainda, uma variedade que apresenta simultaneamente as cores roxa da ametista e amarela do citrino e denomina-se ametrino. Ela provém unicamente da localidade de Anahí, Bolívia, próximo à fronteira brasileira.

Os principais países produtores de ametista são Uruguai, Brasil (Rio Grande do Sul, Pará, Bahia e Minas Gerais), Zâmbia, Madagascar e Tanzânia. O Brasil é o mais importante produtor de citrino.

O principal tratamento realizado em ametistas é o térmico, que consiste em convertê-las em citrinos a aproximadamente 450oC. A cor amarela dos citrinos pode ser intensificada e convertida a alaranjada, marrom ou avermelhada, mediante aquecimento a temperaturas entre 500 e 575oC. O tratamento é estável.

A ametista e o citrino são obtidos por síntese desde os anos 50 do século passado e são vistos com frequência no mercado brasileiro de gemas sintéticas. Sua distinção dos equivalentes naturais muitas vezes requer exames não estritamente gemológicos e de custo elevado

Ametista e Citrino

O BRILHO

O brilho da pérola, também designado “oriente”, é o efeito de um polimento único, causado pela reflexão da luz nas camadas de nácar q a formam.Quanto mais espesso o nácar, maior o oriente e o valor da pérola.O oriente tam bém pode apresentar tons sutis de azul, verde, rosa e amarelo.

A COR

A cor de uma pérola varia de acordo com a presença de minerais e proteínas presentes na água e com a cor da madrepérola(concha mãe), e também com a temperatura e posição em que ela se acomoda na concha. Podem ocorrer variações entre branca(mais valiosa) amarela, rosa, cinza, bronze, roxa e preta.

Madrepérola

É a parte interna resplandecente das conchas de certas ostras e moluscos, utilizada como núcleo de pérolas cultivadas ou para produzir objetos decorativos.